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terça-feira, 15 de abril de 2014

Compro um imóvel agora ou espero a Copa do Mundo passar ?

Guilherme Machado
O cérebro humano é naturalmente conservador. Situações que nos obrigam a sair da nossa zona de conforto e que, consequentemente, implicam uma tomada de atitude diante de uma mudança de cenário nos causam desconfiança, medo e até repulsa.
E o ano de 2014 está cheio de situações que nos colocam diante de um futuro de especulações e nos tiram da zona de segurança. Entre elas está a Copa do Mundo. Estamos a menos de 60 dias da maior competição esportiva do mundo e os questionamentos sobre as consequências deste evento nos colocam em estado de alerta. No mercado imobiliário esta postura não é diferente.
As perguntas que muitos fazem são:
- O mercado imobiliário brasileiro continuará aquecido após a Copa?- Os preços dos imóveis vão abaixar?- Devo comprar um imóvel agora ou espero a Copa passar?Aumento da taxa SelicCrédito imobiliário bate recordeNota-se, então, que a Poupança continua sendo uma das bases de sustentação do crédito imobiliário, mesmo sendo apontada por especialistas como um investimento não tão atrativo diante do aumento da taxa Selic e do rendimento relativamente mais alto de outros tipos de investimento de renda fixa.Entre as hipóteses possíveis para a confiança do brasileiro na poupança estão a simplicidade da aplicação e o fato deste investimento ser livre do Imposto de Renda, fatores estes que independem da Copa do Mundo.Mercado mais maduro e equilibrado Economia aquecida em vários setores


Em uma análise positiva, entretanto, consciente e bastante realista,avalio que este período anterior a Copa seja ainda um bom momento para se investir em imóvel. Esta alternativa se mantém como uma opção segura de investimento. E vou além, não acredito que seja a melhor estratégia definir a decisão pela compra a partir da Copa do Mundo. Defenderei melhor este ponto de vista a partir dos pontos abaixo. Vem comigo!
Tivemos recentemente um aumento na taxa Selic (taxa básica de juros) que alcançou a marca de 11% ao ano. A expectativa dos economistas dos bancos é de que até o final do ano ocorra pelo menos mais uma elevação na taxa.
Portanto, se a Selic aumenta, a tendência é de que o empréstimo fique mais caro, e por consequência, haja uma elevação no valor do imóvel. Diante disso, não creio que acontecerá uma queda desproporcional no valor dos imóveis após a Copa. Do mesmo modo, não acredito que o consumidor final vai sentir este impacto de forma abrupta nos próximos meses, mas perceberá uma mudança.
De acordo com o Banco Central (BC), o financiamento imobiliário alcançou R$ 146 bilhões no ano passado. Dos quais, R$ 32,3 bilhões oriundos do FGTS e o restante originário do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE).
O crédito imobiliário bate recorde no Brasil
O mercado imobiliário amargurou anos de estagnação. De 2008 para cá, vimos um crescimento extraordinário. Empresas e profissionais do setor aproveitaram este boom de desenvolvimento para se aprimorarem. O segmento aprendeu a avaliar as demandas de mercado e passou a oferecer produtos mais adequados às necessidades do consumidor.
Com isso, analiso que todas as oportunidades de negócio que estão surgindo agora e que, indiscutivelmente, também foram aquecidas pela realização da Copa no Brasil foram pensadas de forma consciente e planejada. Desse modo, não creio em um desajuste desenfreado dos preços após a competição. O mercado não surfa numa onda de otimismo exacerbado a ponto de colocar a perder todo o aprendizado e evolução conquistados ao longo dos últimos 6 anos.
É fato que os imóveis localizados nas cidades-sede dos jogos estão com preços mais valorizados. Entretanto, esta valorização não é uma característica exclusiva do mercado imobiliário. Todo conglomerado econômico nestas regiões se movimentará para aproveitar ao máximo a circulação financeira promovida principalmente pelo turismo. O segmento de hotelaria, por exemplo, está a todo vapor para receber os turistas e já é perceptível o aumento do valor nos pacotes de hospedagem.
Além disso, não temos hoje um volume tão grande de investimento estrangeiro no mercado imobiliário brasileiro que impactaria em uma queda descabida depois da Copa. Logo, os valores dos imóveis tendem a se ajustar após o torneio mundial, ficando mais atrativos. Mas não será uma mudança brusca que influencie de forma extraordinária na decisão de compra do consumidor final.
Assim sendo, não penso que seja a estratégia mais adequada associar o momento da compra do imóvel à Copa do Mundo. Não vejo este evento como referência para aquisição de imóvel, sobretudo, para aquelas pessoas que têm interesse para fins de moradia.
É claro que para o perfil investidor haverá sim um impacto, pois a sua compra está diretamente ligada ao interesse em rentabilizar o investimento, seja com o aluguel ou outra forma de “explorar” este bem. Todavia, o núcleo que movimenta o mercado está no perfil morador, tendo em vista o alto déficit habitacional no Brasil e a maior acessibilidade ao financiamento, logo, a copa não é parâmetro decisivo para a compra.
Apesar de não vislumbrar uma desvalorização severa, não podemos fechar os olhos para os desafios que o setor pode vir a enfrentar. Estamos num mercado de risco e sujeito às oscilações. Desta forma, uma análise inflexível que não leva em conta a dinâmica do segmento pode se configurar como um erro irreversível.
É por isso que o corretor de imóveis precisa estar atento aos cenários e buscar cada vez mais pela capacitação. É seu papel orientar bem o cliente diante deste período que naturalmente gera incertezas para quem não está habituado às variações do mercado imobiliário.
Neste processo de compra de imóvel existem fatores mais significativos do que a Copa do Mundo e que devem ser apresentados de forma segura aos clientes. A necessidade de entender que este é um investimento em longo prazo e que exige planejamento, a análise do mercado e das melhores formas de pagamento, além do estudo do orçamento familiar são exemplos desses fatores.
Esta consultoria especializada que visa garantir a tranquilidade e a melhor experiência com o mercado para o consumidor final é que deve ser a maior preocupação dos profissionais do setor.
É vital conhecer amplamente as necessidades do consumidor final do mercado imobiliário a fim de oferecer empreendimentos compatíveis com o perfil do público de interesse. É a assertividade nestas estratégias que garantirá um mercado forte e sustentável.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Bolha imobiliária estourando? Onde?


postado em Artigos | Istoé

link: http://ricamconsultoria.com.br/news/artigos/palestra_mercado_imobiliario
Revista Istoé
04/2013
Por Ricardo Amorim

Desde 2008, quando surgiram os primeiros comentários de bolha imobiliária em vias de estourar no Brasil, tenho analisado evidências históricas e internacionais, refutando até aqui tais alegações e concluindo que, provavelmente, os preços continuariam a subir.

De acordo com a consultoria britânica Knight Frank, entre os 53 países com os maiores mercados imobiliários globais, o Brasil teve em 2012 a maior alta de preços de imóveis residenciais: 13,7% em média. Resolvi atualizar e expandir meus estudos.

Há um ano, usei o consumo anual per capita de cimento como estimativa do grau de aquecimento da atividade no setor imobiliário em momentos de estouro de bolhas em vários países. Hoje, pelas minhas contas, este indicador chegou a 361Kg no Brasil. No ritmo médio de crescimento dos últimos 10 anos, que foi de 5% a.a., em apenas dois anos atingiríamos o nível mais baixo de estouro de bolhas, que é de 400Kg, o que sugeriria cautela. Por outro lado, o nível máximo de consumo de cimento antes bolhas estourarem, em alguns casos passou de 1.600Kg anuais per capita. Para chegar a este patamar, o Brasil levaria mais 80 anos. Por este parâmetro, poderíamos estar entre 2 e 80 anos do estouro de uma bolha. Pouco se conclui.

O segundo indicador importante é o total de crédito imobiliário disponível. Crédito permite que mais gente compre imóveis, aumentando a procura por eles e elevando seus preços. No Brasil, apesar do crescimento dos últimos anos, ele ainda é de apenas 7% do PIB, muito distante dos 50% do PIB que costuma ser o mínimo quando bolhas imobiliárias estouram. Mesmo considerando-se uma expansão ao ritmo dos dois últimos anos, que foi de 1,4% do PIB ao ano, o mais rápido da nossa história, levaríamos mais de 30 anos para chegar a 50% do PIB. Sinal de tranquilidade.

Por fim, como anda a capacidade de pagamento dos brasileiros? Levando em conta preços dos imóveis em relação à renda no mundo, chama a atenção a grande dispersão entre as maiores cidades brasileiras, com algumas entre as mais caras e outras entre as mais baratas.

Das 50 cidades mais caras do planeta, 49 estão em países emergentes, incluindo quatro no Brasil: Brasília (10ª), Rio de Janeiro (25ª), Belo Horizonte (43ª) e Porto Alegre (45ª). Por outro lado, Salvador não está mais entre as 100 mais caras do mundo, Fortaleza é uma das únicas 10 cidades entre as 50 mais baratas do mundo que não estão nos EUA, e Campinas também está entre as 100 mais baratas. Entre os 385 maiores mercados imobiliários globais, a classificação média das 11 cidades brasileiras incluídas foi 124ª, sugerindo que o mercado brasileiro como um todo está um pouco mais caro do que a média, mas distante dos mais caros do planeta. Entre os mercados emergentes, o Brasil está mais barato do que a média.

Outro aspecto favorável é que um menor percentual da renda necessário para pagamento mensal de hipotecas sugere que no Brasil temos melhor capacidade de honrar dívidas.  Além disso, comparando o preço de compra de imóveis com o custo de alugá-lo, constata-se que no Brasil alugueis elevados estimulam compras mais do que no resto do mundo. Por fim, a desvalorização do real barateou os imóveis no Brasil para compradores estrangeiros.

Em resumo, ainda que algumas cidades sugiram mais cautela, para o país como um todo, continuam valendo as conclusões do ano passado. Altas modestas ou manutenção de preços são prováveis na maioria dos casos e o risco de estouro imediato de uma bolha imobiliária nacional ainda é baixo. Se você está na esperança dos preços despencarem para comprar, espere sentado. Segundo Platão, coragem é saber o que não temer.


Economista, apresentador do programa Manhattan Connection da Globonews e presidente da Ricam Consultoria.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Preço do m² sobre 13,7% em 2013, mais que o dobro da inflação - g1.globo.com

O preço médio anunciado para venda do metro quadrado de apartamentos registrou aumento de 13,7% em 2013, aponta nesta segunda-feira (6) o Índice FipeZap Ampliado, bastante superior àprévia da inflação para o ano passado, que é de 5,85%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de dezembro. A inflação oficial prevista para todo o ano passado é de 5,7%, de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central.
Os valores médios do metro quadrado em dezembro ficaram entre R$ 9.937 (Rio de Janeiro) e R$ 3.820 (Vila Velha, no Espírito Santo). Em São Paulo, foi de R$ 7.815, e a média das 16 cidades pesquisadas foi de R$ 7.303.
A menor variação foi registrada em Brasília, onde o preço médio subiu 4,2%.
As demais cidades tiveram aumentos no metro quadrado maiores que os demais preços da economia em 2013, com taxas variando entre 9,5%, em São Bernardo do Campo (ABC Paulista), e 37,3%, em Curitiba – a maior taxa.
A capital paulista encerrou o ano com um aumento de 13,9%, valor menor que o registrado em 2012 (15,8%), enquanto o Rio de Janeiro teve um aumento em 2013 em ritmo praticamente igual ao de 2012 (15,2%, em comparação a 15% no ano anterior).
Alteração do índice
De acordo com a FipeZap, até junho de 2012, apenas sete cidades compunham esse índice. Assim, a comparação com os aumentos dos anos anteriores só pode ser feita nessas cidades. Elas tiveram, em média, aumento de 12,7% em 2013 e de 13,7% em 2012. A desaceleração foi mais pronunciada em São Paulo e no Recife, enquanto que apenas em Fortaleza os preços subiram mais em 2013 que no ano anterior.

Na comparação mensal, o maior aumento foi registrado em Florianópolis (1,9%) e a menor variação ocorreu em Brasília (0,1%).
Seis cidades entre as 16 pesquisadas tiveram variação mensal menor que a inflação esperada para o mês: Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Santo André (ABC Paulista), São Bernardo do Campo e Vila Velha.
O Índice FipeZap Ampliado é desenvolvido em conjunto pela Fipe e pelo portal Zap Imóveis. Ele é calculado pela Fipe e acompanha o preço médio do metro quadrado de apartamentos prontos em 16 municípios brasileiros com base em anúncios na internet.
Fonte: g1.globo.com